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Ana Cañas troca MPB pelo rock: "Tenho certeza que encontrei meu som"

UOL Música

25/08/2015 22h15

Lançado inicialmente com exclusividade em UOL Música Deezer, o novo trabalho de Ana Cañas "Tô Na Vida" mostra um lado diferente da cantora. Em seu quarto disco de estúdio, a cantora paulista, inicialmente inserida no contexto da nova MPB, cai de vez no rock e no soul.

Em entrevista exclusiva ao UOL Música Deezer, Cañas fala sobre a concepção do álbum e explica como foi o processo, para ela inevitável que trouxe esta nova identidade musical. "O público que me acompanhava já sacava que isso ia acontecer", explica.

Clique aqui para ouvir "Tô Na Vida", novo trabalho de Ana Cañas

Tudo começou na turnê do disco "Volta", de 2012, que ficou três anos na estrada e teve direção de Ney Matogrosso. "Tinha um bloco nesse show que era bem rock and roll. Percebi que tinha uma disparidade entre a vibe do show e da gravação de estúdio. Com esse disco novo, eu tentei aproximar o que eu sentia no palco e trazer isso para a gravação".

"Tô Na Vida" demorou 1 ano e meio para ficar pronto. Ana escreveu todas as faixas, algumas ao lado de grandes nomes da música, como Arnaldo Antunes, Dadi e Pedro Luís, além do produtor e guitarrista Lúcio Maia.

"Foi a pessoa com quem eu dividi as questões todas e me ajudou muita a descobrir meu som. [Lúcio e eu] conversamos muito sobre isso e como eu poderia chegar nesse som novo sem descaracterizar totalmente o trabalho que eu vinha fazendo".

Ouça todos os álbuns de Ana Cañas no UOL Música Deezer

A mixagem ficou por conta do não menos notável Mario Caldato, Brasileiro criado nos Estados Unidos que já trabalhou com Beastie Boys, Jack Johnson, Planet Hamp, Nação Zumbi, entre tantos outros.

"Mario é um cara muito experiente, culto e cheio de referências musicais. Ele sabe bem o que está fazendo e eu entreguei para ele e confiei".

Ana também fala sobre sua maturidade na hora de produzir "Tô na Vida. "Esse foi um disco que eu deleguei muito, sabe? Diferentemente dos outros, que eu tinha um processo paranoico de querer controlar tudo. Esse foi um disco que eu aprendi e confiei nas pessoas com quem trabalhei", afirma a cantora.

"O rock é um estilo que aparenta ser simples, mas ele é complexo, porque não privilegia a melodia, mas, sim, o riff de guitarra, a letra, a atitude e a retórica […] e eu sou uma cantora ligada a essa tradição da melodia, então para mim foi um lugar novo achar o meu rock and roll".

A aproximação que se consolidou agora já vem de muito tempo. O segundo disco de estúdio, "Hein?", de 2009, produzido pelo lendário Liminha, foi o início do flerte de Ana com o rock. Mas não ficou do jeito que ela pretendia.

"Foi bem diferente o processo. Eu não consegui obter um resultado natural, orgânico e coeso. Muito mais por uma incapacidade minha do que pela capacidade do Liminha, que é um grande produtor. Então eu acho que foi o tempo mesmo que decantou", admite.

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Essa transição de estilo musical é um risco de como o artista se define. Para Ana, o músico vive uma dicotomia entre o que é vendável e o que ele é de fato. "É correr o risco de não dialogar com o que dá certo comercialmente e definir o que você é independente de qualquer sexo mercadológico".

Ana se vê neste momento como uma cantora mais completa. "Tenho certeza que encontrei meu som. Eu me realizo completamente com esse disco, é o que mais me trouxe felicidade".

O novo trabalho já foi apresentado ao vivo em São Paulo e Curitiba.  "Tem uma parte [do público] que estranha um pouco [a mudança de estilo] e tem um público novo que passou a se interessar a partir desse álbum".

Com show marcado no Rio de Janeiro ainda neste mês, a cantora está marcando outras datas e planeja voltar em breve para São Paulo. "Está demais o show! É bem rock and roll", conclui.

Rodolfo Vicentini
UOL Música Deezer

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