Topo

Histórico

Categorias

Circo Motel lança vinil de "Auê", produzido por Cris Scabello, do Bixiga 70

UOL Música

31/05/2016 14h41

CircoMotel-EnsaioFotoDivulgacao-46

A banda Circo Motel (Divulgação)


Circo Motel
é rock soul tropical, segundo a definição dos próprios membros da banda. Para entender que gênero é esse, basta escutar "Auê", primeiro disco do quinteto paulistano depois do hiato de cinco anos.

A personalidade única do álbum de estreia, "Sobre Coiotes e Passáros" (2011), reaparece amadurecida neste novo registro. Ao talento de inclinações afrodançantes do conjunto se uniu Cris Scabello, do Bixiga 70, responsável pela gravação e produção de "auê" (a primeira assinada exclusivamente por ele), Décio 7 e Maurício Fleury (ambos do Bixiga), além de um naipe de metais liderado por Lucas Joly.

Depois da estréia do show no conceituado projeto "Plataforma", do Sesc Pompéia, os músicos chegam ao Z Carniceria, em São Paulo, soltinhos. Felipe Seabra (baixo), Rafael Charnet (guitarra), Rafael Gregorio (voz), Rodrigo Machado (guitarra), Thiago Coiote (bateria) e Irina Bertolucci (teclas) – mais os já clássicos metais que integram as apresentações – mostram seu som numa nice.

Somado a isso, o vinil, 180 gramas, gorducho, bolachão, que estará à venda tanto durante o evento quanto no site da Colex. O UOL Música Deezer bateu um papo com Felipe Seabra e Rafael Gregorio para entender a obra, suas parcerias, influências e o por quê de se gravar um disco em vinil. Confira a entrevista e se prepare para bailar.

O que é, afinal, "Auê"?

Felipe: Pra mim, "Auê" vai da raiva à alegria, extremos misturados que representam bem nossas vidas ao longo destes anos de produção do álbum.

Gregório: Isso mesmo. Da festa à desordem, passando pela resistência e pelo furdúncio.

O Circo Motel não produzia um disco desde 2011, quando lançou "Sobre Coiotes e Pássaros". O que resgataram desse período e onde pretendem chegar a partir do novo momento de "Auê"?

Felipe: Não me preocupo muito para onde estamos indo, gosto de pensar que estamos em um barco navegando para novas terras, mas com trilha sonora de Tim Maia e Stones.

Gregorio: Todos viemos do rock n' roll podrão da rua Augusta em algum momento. O disco anterior já elevava essa sarjeta à brasileiríssima potência. Agora, o "Auê" veio mostrar nossa leitura do funk-soul e do samba-rock. Difícil saber pra onde vamos; as músicas novas têm um leque meio amplo, do folk ao rockão, e diversos hits de bailão (risos).

Vocês têm uma equipe de peso assinando o disco: Cris Scabello (do Bixiga 70), o produtor norte-americano Victor Rice, o mestre Fernando Sanches, do estúdio El Rocha… Como chegaram a esse time e qual o papel desses profissionais no resultado final da obra?

G: Um dos princípios desse trabalho era ter uma produção mais autoral – o que nos demandaria desapego e maturidade. A gente tinha alguns nomes em mente, o Cris Scabello era um deles. Ele viu um show nosso no Puxadinho (VIVA O PUXADINHO! TEM DE VOLTAR!) e disse que gostaria de nos produzir. Visitamos essas pessoas e depois de falar com o Cris no estúdio do Bixiga 70, o Traquitana, tivemos certeza de que seria com ele. Ele foi essencial nos estimulando naquilo que estávamos inseguros e desafiando onde tinha segurança demais. Victor Rice (mixagem) deu um acabamento orgânico e minimalista aos arranjos, ao encontro do que a gente sonhava. Fernando Sanches (masterização) tem um respeito com a dinâmica que era essencial pra gente. O artista argentino Santi  "Duduzela" fez a arte com a mesma ideologia analógica e de sobreposição de experiências e de camadas que usamos na composição musical, isso foi muito incrível. Então, assim, fomos formando nossa time que nos deu a cara que temos hoje em "Auê".

AUE Circo

O vinil… Ah o vinil! É uma onda nova? É uma onda velha? Por que fazer um disco nesse formato, mesmo com todas as dificuldades para a produção de um vinil no Brasil?

F: Nossas referências todas passaram pelo vinil. O "bolachão" é um formato atemporal que estabelece uma relação com a música que queríamos e nenhuma outra mídia é capaz: a de contemplação. Achamos fundamental uma mídia que priorize reservar um tempo para escutar uma obra, sua complexidade e construção ao longo das faixas e lados.

G: Outro princípio desse trabalho era elaborar músicas que fizesse sentido ouvir no vinil, como aqueles clássicos de que bebemos. A gente torce para que isso dure pra sempre, porque é completamente diferente o nível de concentração e desprendimento exigido para apreciar arte ouvindo um mp3 ou ouvindo um vinil.

A política: como enxergam a situação atual do país, o afastamento da presidenta, as mudanças, a queda (e agora volta) do Minc… Enquanto artistas, acham importante se posicionar, seja nas ruas ou na web? Como fazê-lo?

F: Acho que o país ruma a um retrocesso fantasioso, entregando aos lobos a responsabilidade de cuidar das ovelhas. somos crianças que ainda se iludem com um discurso gramaticalmente correto, ou com um terno bem alinhado. nossa preocupação não é com o todo, mas somente com o 'meu bem estar e de minha família', afinal 'por minha família eu voto' e não por meu país. E sim, enquanto artistas devemos sempre apresentar nossas convicções política, seja pela música, pelo discurso ou por ações como as ocupações do Minc e da Funarte, aqui em SP.

Para fechar… E agora, quais os próximos passos?

G: Divulgar o "Auê" para o maior número possível de pessoas. Descobrir pra onde essas músicas vão querer ir no palco. Deixar as pessoas com vontade de transar. Eu quero muito tocar em outros estados, principalmente no Nordeste e no Norte do Brasil. Também sonho em cantar uma ou duas músicas desse disco com a Ângela Ro Rô e o Erasmo Carlos, grandes influências pra nós.

Serviço:
Circo Motel – lançamento do vinil "auê"
Quando: 03/06, sexta-feira
Horário: 00h
Local: Ž carniceria (Av. Brigadeiro Faria Lima, 724 – Pinheiros – São Paulo/SP – CEP 05426-200)
Fone: (11) 2936-0934
Ingresso: antecipado R$25 inteira e R$12,50 meia / porta R$30 inteira R$15,00 meia
Cartões de crédito e débito: Elo, Visa, Mastercard, Diners e American Express (não aceitam cheques)
Chapelaria: R$ 5,00 – Gratuito para clientes Elo
Serviço de valet/manobrista: R$ 25,00
Capacidade: 400 pessoas (sendo 80 sentadas)
Classificação etária: 18 anos
Possui área de fumantes e acesso a pessoas com deficiência

Sobre o Blog

Este é o blog oficial do UOL Música Deezer. Com ele, nós da equipe e nossos colaboradores podemos nos comunicar com os ouvintes, sugerindo, informando, divulgando e discutindo tudo que diz respeito ao universo musical. E é claro, ouvindo o que vocês têm a dizer. Ouça, leia e comente!

Blog UOL Música