Pepe Bueno junta Black Rio, Mutantes e Sá & Guarabyra em álbum; veja clipe
Pepe Bueno largou o futebol para se dedicar à música. O que começou como brincadeira virou paixão na adolescência, e depois trabalho. "Eu joguei federado no Nacional. O problema foi que aí comecei a ouvir rock", brinca o músico. Com o álbum "Eu, O Estranho" lançado no final do ano passado, Pepe entrega um disco com personalidade, que passa por diversas abordagens sonoras e alcança um patamar de qualidade.
Flertando a psicodélia dos Mutantes com o groove da Banda Black Rio e o rock rural do Sá & Guarabyra, o multi-instrumentista gravou base de guitarra, baixo (munido de seu querido Rickenbacker) e bateria entre constantes idas e vindas de São Paulo a Rio Preto. "Comecei a gravar no final de 2013 e só terminei no final do ano passado", diz.
"É um disco muito engraçado, porque não foi ensaiado nem arranjado previamente. A única música que tivemos tempo para ensaiar foi 'Se Abra', que ficamos um dia trabalhando nela.", completa o cantor.
O improviso no projeto se destaca principalmente na faixa "Pote de Mel", mais calcada no blues, e que teve a participação do guitarrista Edu Gomes, ex-Irmandade do Blues. "O álbum é muito equilibrado. Essa é uma das poucas músicas que pesei mais para um lado, no caso a guitarra", afirma Pepe.
O clipe acima, exclusivo no UOL Música Deezer, é o primeiro de um trabalhoso projeto. Todo mês um webclipe de cada faixa será lançado no canal do músico, que vê na internet uma forma de ampliar o trabalho. "É uma continuação do disco, entende? Mesmo sendo internet, você pode lançar um trabalho de áudio visual para completar o que já está feito", admite.
Apesar de toda qualidade que a internet oferece, Pepe a vê como um reflexo da sociedade acelerada na qual estamos. "Você não ouve a música inteira, não presta atenção no timbre usado. Então, acaba absorvendo pouco… Dá para entender o sucesso do que bomba hoje em dia. É rápido, direto. Eu pesquiso muito timbre, tenho esse cuidado".
Um dos fundadores da banda Tomada, Pepe vê no trabalho solo uma oportunidade de ser "chefão". "No Tomada a gente tem uma química. Eu não trabalho sozinho, não trago uma música totalmente pronta também. No meu álbum é tudo ideia minha e eu que escolho o caminho", analisa.
Para o baixista, ainda não se criou um novo circuito brasileiro de rock. E isso faz falta. "Nos anos 80 tinha o BRock, e logo depois veio o manguebeat nos anos 90. Estamos em um tipo de hiato, não sei se é normal, porque não passamos por isso. Agora está na entressafra", conclui.
Entretanto, o jeito é continuar fazendo música. "Não podemos desistir. Daqui a um tempo o pessoal vai sair da internet para ver mais shows também. É uma fase de mudança, porque a internet é muito recente ainda. O contato virtual é muito maior do que o real. Claro que a internet é legal pra caramba, mas tem que agregar as pessoas reais, isso faz a diferença", termina Pepe.
Rodolfo Vicentini
UMD
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