Banda Estrambelhados renova a tradicional marchinha de carnaval; ouça
A Banda Estrambelhados acaba de lançar o 3º álbum de estúdio, "Além dos 4 cantos", que conta com a participação de grandes nomes da música popular brasileira como Chico César, João Gaspar e Camilo Frade.
A intenção do grupo é de renovar um dos estilos mais tradicionais do Brasil, introduzindo diferentes instrumentos e sonoridades. A guitarra distorcida é a que atrai mais a atenção, dando um toque de personalidade na cultura de rua.
A Banda Estrambelhados é uma das referências do carnaval da cidade de São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo, mas o grupo já tocou na Virada Cultural, nos diversos SESCs espalhados pela cidade, além de apresentações constantes em casas e teatros.
"Além dos 4 cantos" conta com produção de MAU, baixista da banda de Karina Buhr. O grupo de carnaval é formada por Leandro Barbosa (voz e violão), Rodolfo Santana (voz e violão), Rafael Cursino ( violão), Paulo Ricardo (bateria), Nhô Frade (percussão), Flávio Júnior (trombone), Lucas Augusto (trompete), Renato Frade (contrabaixo), Léo Couto (saxofone e arranjos), Netto Campo (teclado, sintetizador e voz) e, atualmente, também com o produtor MAU, como músico convidado.
Confira a entrevista exclusiva da Banda Estrambelhados ao UOL Música Deezer:
O álbum "Além dos 4 Cantos" procura introduzir outros ritmos nas marchinhas de carnaval, como a guitarra distorcida. Vocês acreditam que o carnaval precisa de renovação?
Desde que fundamos nossa banda, há mais de dez anos, percebemos a necessidade de renovação do estilo "marchinha de carnaval". A referência que vem a mente das pessoas quando falamos neste estilo musical é sempre de um carnaval antigo, de salão, com músicas como "Ó Abre Alas", de Chiquinha Gonzaga – que é de fins do século XIX por exemplo. A referência sempre foi destas marchinhas antigas, contudo o gênero vem naturalmente sofrendo diversas influências. Com uma musicalidade hoje que preserva o compasso 2/4 ou 4/4 mas com uma diversidade muito maior de ritmos e estilos temos conseguido atingir diversos públicos – "estrambelhando" a marcha sem destrambelhar sua identidade, sua história e suas raízes. O movimento de modernização da marchinha que acontece em São Luiz do Paraitinga, com as devidas proporções, é o mesmo que de cidades como Recife e Salvador passaram e continuam passando.
Como vocês fizeram durante os ensaios com tantos integrantes? Foi muito difícil arrumar os arranjos para sair tudo redondinho?
O número de integrantes sempre foi um desafio para a gente. Mas mantemos nossa formação original desde a criação da banda. Somos de uma pequena cidade do interior de São Paulo com uma tradição muito grande de festas populares, tudo acontece na rua e com a coletividade em primeiro lugar. Desde quando montamos a Banda Estrambelhados, de um certo modo, tentamos reproduzir esta energia da comunidade durante o show e as músicas. Com bastante ensaio e arranjos que contemplem os onze instrumentos utilizados, chegamos ao terceiro disco após três meses de gravações.
Vocês sentem que a música acabou ficando muito careta e que o carnaval é um dos poucos estilos que respeitam a descontração?
Acreditamos que existe muita música boa por aí, o que é muito difícil é espaço para apresentá-la. O Carnaval, por ser uma festa que tem em seu cerne uma espécie de permissão de exceção do cotidiano, das regras sociais, permite conjuntamente uma música com mais experimentos e que sempre preze pela alegria, tanto rítmica como em suas letras.
Vocês conseguiram diversas participações mais do que especiais para o trabalho. Como que rolou essa junção?
A gente ficou extremamente lisonjeado com as participações de nomes que tanto admiramos como o Chico César, Suzana Salles, Camilo Frade. Contudo a cidade de São Luiz sempre recebeu o apoio de muita gente do meio artístico. Ficamos felizes em poder dar continuidade a esta história e nos empenhamos o máximo para fazer isso da melhor forma possível. Aprendemos muito com eles durante as gravações e somos muito gratos por isso. Nenhum deles cobrou cachê de participação e isso nos deixa ainda mais honrados.
Qual a importância do carnaval para o Brasil?
Acreditamos muito ser a principal festa que representa esta identidade brasileira do ser humano festeiro e alegre, que o mundo tanto se refere. Pensando no ramo da música, vários estilos musicais sempre tiveram e ainda tem forte ligação como o carnaval: seja o samba, marcha, funk, axé, frevo e por aí vai. O povo brasileiro gosta muito do carnaval e o mundo todo nos observa e se inspira durante esta festividade.
Rodolfo Vicentini
UMD
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