Esqueça os remédios para aliviar o estresse; descubra o poder da musicoterapia
Corre de lá, estresse de cá e uma oferta gigantesca de medicamentos continua sendo o método mais utilizado pelas pessoas para encontrar um equilíbrio ao corpo. O que poucos percebem é que a música pode ser uma aliada contra os males da vida moderna.
"É a melhora da qualidade de vida, já que o estresse acaba mudando o equilíbrio interno, então a música proporciona o equilíbrio, a melhora da qualidade de vida do cidadão que se encontra em dissonância com o seu organismo", explica a musicoterapeuta Kelly Faé ao UOL.
Pesquisas neuropsicológicas comprovaram que a música ativa as mesmas estruturas cerebrais do prazer, da motivação e da recompensa, bloqueando o estresse. Há o estímulo acerca das percepções e emoções, por isso podemos ouvir alguma música da nossa infância e lembrar do aroma da casa da avó.
"Tem casos específicos, por exemplo, para quem fez canal do dente, que precisa de muitos anestésicos. Com o uso criterioso da música, tem certos casos e estudos que dispensam o uso dos anestésicos. Onde gera a dor, ela se transforma em prazer, porque o caminho é o mesmo", exemplifica Kelly.
É importante lembrar que o profissional musicoterapeuta precisa de uma formação universitária de bacharelado e a prática já está registrada em 46 procedimentos do Sistema Único de Saúde. Logo, há diferença entre o que os especialistas chamam de "audição de música" para "experiência de escutar".
"Dentre as técnicas, a gente tem a audição, a criação, a improvisação e até a escuta. Por exemplo, na audição tem uma música tocando e a gente está apenas ali. Como o nosso corpo é todo ouvido, por conta das interações sonoras, é uma música de fácil acesso, você não precisa estar conectado. Mas a partir do momento que nos conectamos a ela, há essa diferença na escuta ou na audição".
E não há preconceito com estilos musicais. É comum a ideia de que uma música clássica é a ideal para nos mantermos relaxado, mas Kelly explica que isso varia de pessoa para pessoa. "Tem indivíduos que preferem uma determinada melodia, um ritmo, e outros que preferem outra opção. Foi citado até esses CDs relaxantes, que para muitos podem ser efetivos e para outras não".
A playlist abaixo foi contruída pela musicoterapeuta Lilian Coelho, que organizou alguns exemplos de músicas que podem ser benéficas quando analisadas por um especialista.
A vontade de aliar música e saúde começou para Kelly no período em que ela passou no Hospital das Clínicas, em São Paulo, quando auxiliava no tratamento de dores intensivas. "Tinham pacientes que viviam à base de remédios. Depois de muitas sessões, pararam de tomar e com uso da música melhoraram a qualidade da vida".
Infelizmente, o Brasil ainda não é uma das referências no uso da musicoterapia. "O campo não é tão conhecido, mas nos países desenvolvidos e até mesmo na Argentina podemos enxergar um maior uso de uma forma terapêutica, não ficar somente à base de remédios. Quando vamos para uma clínica, numa consulta, dependendo do médico ele te indica para um psicólogo, não para a musicoterapia. Talvez pela falta do próprio conhecimento dessa rede, mas que tem ganhado espaço", conclui Kelly.
Rodolfo Vicentini
UMD
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