Coletânea traz o samba centenário "Pelo Telefone" remixado por novos produtores

(Divulgação)

"Desde Que O Samba Era Samba – Pelo Telefone" foi lançado na última sexta-feira (20) e apresenta a nova geração revisitando a faixa que completa 100 anos no carnaval de 2017.

"A ideia era refazer o 1º samba com novos autores. Regravamos a música, convidei o João Parahyba (percussão), do Trio Mocotó, Giana Viscardi (vocal) e Janja Gomes (violão) . Tive ajuda do Lucas Marim para escolher produtores novos e talentosos, tanto na diversidade de gênero quanto de região do Brasil", afirma ao UOL Luciano Katalo, idealizador do projeto e ex-editor do culturado fanzine Tupanzine.

Do clima praiano do remix de 5ierra ao peso das batidas de JLZ, o álbum conta com 10 versões de talentos da eletrônica nacional, de idades entre 17 e 32 anos, que acumulam vivência dos 4 cantos do Brasil.

Luciano planejou a homenagem à música composta pelo Ernesto dos Santos, o Donga, após a compilação "Sonzeira Popular – Volume 1", que traz obscuridades do brega nacional, e ganhou até destaque no programa do DJ norte-americano Diplo.

"O samba é muito careta. Se você olhar um gênero que é mais aberto para coisas diferentes é o sertanejo, que agora tá misturado até com o funk. E hoje não, o samba se fechou e virou um bastião da música tradicional brasileira. Antes não era assim, era justamente ao contrário", completa Luciano.

É resgatando a natureza transgressora do gênero que "Desde Que O Samba É Samba – Pelo Telefone" busca novas sonoridades e une gerações em mais um experimento bem-sucedido.

Rodolfo Vicentini
UMD