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Com o "pé na porta", Kilotones é uma aposta do novo rock nacional; ouça

UOL Música

27/01/2017 16h02

(Divulgação/Nataly Schiavon)

Kilotones é formado pelos irmãos Barrionovo:  JP (guitarrista), Pedro (baterista) e AJ (voz e baixo) (Divulgação/Nataly Schiavon)

O power trio de irmãos Kilotones é mais uma aposta na cena do rock paulistano e já apresenta, literalmente, com o "pé na porta" o 1º trabalho, "Campo Minado". Além da pesada faixa de abertura, o grupo bebe da fonte de outros expoentes do gênero que movimentaram a última década da música nacional, como Far From Alaska e Scalene.

Com Paulo Vaz, tecladista do Supercombo, na produção do álbum, a banda encontrou o caminho para fazer um som pesado que traz detalhes precisos de sintetizadores e materiais eletrônicos. "Começamos a entrar em contato com diversos produtores de São Paulo, mas sabe quando as as peças se juntam? A forma como o Vaz pensava batia com tudo o que a gente achava também", lembra o guitarrista JP Barrionovo.

O baterista Pedro ri ao lembrar que o processo não foi assim tão fácil. "Mostramos 3 músicas para ele. Ele falou que era legal, mas não ficou muito entusiasmado. Aí a gente lembrou que tinha outra música, uma gravação no celular mesmo, que era o riff de 'Maquinomania'. E foi aí que ele soltou um: 'Porra! É isso, velho! Esquece as outras músicas".

Foi a partir do zero e com um tutor ao lado participando ativamente dos arranjos e composições que o Kilotones construiu 6 músicas. "O Vaz foi muito importante, porque a gente quebrou a cabeça para fazer as letras, tínhamos outro padrão de escrever. A gente teve que sair fora da caixinha", analisa o vocalista e baixista AJ.

"De letra foi mais a gente, mas o Vaz supervisionava. Às vezes ele falava: 'Tira toda a melodia e a letra, o resto ficou legal'. Ele falou pra gente ser diferente, pra ousar e usar a nossa criatividade. A intenção era que alguém ouvisse e falasse: 'que negócio é esse"', completa Pedro.

A mensagem filosófica do trabalho veio do contato de um fã, o Eduardo, peça fundamental para a história do Kilotones. "A gente o conheceu pela internet, e ele escreveu um texto…" começa JP. "Não, vamos contar a história completa que é legal", breca o baterista. "Verdade, a história é boa. Então, a criadora do nosso fã clube divulgou nossa música para outros grupos, e esse cara se interessou", continua o vocalista.

"Ele curtiu tanto nosso som que foi investigar todas as nossa redes sociais. Depois, ele postou um texto enorme no Facebook falando que adorou a música e que viu, pela primeira vez, uma logomarca, como a gente se vestia e tal, isso porque no site a gente se descreve. Acontece que ele era cego, e a gente só foi saber depois".

A ideia de um campo minado surgiu na cabeça de JP na sequência, versando sobre a cegueira do cotidiano, da correria que nos faz questionar justamente que um passo em falso pode ser fatal. Pensando sempre nos detalhes, a banda preferiu deixar o nome gravado na capa do trabalho em braile.

A direção musical do Kilotones já deu resultado e a banda se classificou para a final do "Heavy Pero No Mucho", evento de uma rádio em São Paulo que procura apresentar novas bandas da cena underground, e ainda ganhou o prêmio de melhor apresentação na 1ª fase. O show vai ser neste domingo (29) no bar Feeling, na Vila Mariana.

Com a adição de dois tambores que dão mais peso, aliados a samplers gravados no estúdio da banda em Ribeirão Preto, o Kilotones procura dar uma luz para quem não consegue enxergar no breu da sociedade do século 21.

Serviço:

Peneira Heavy Pero No Mucho

Data: 29 de janeiro
Local: Feeling Music Bar (Rua Domingos de Moraes, 1739)
Ingressos: R$ 20,00
Horário: das 17h às 22h30

Rodolfo Vicentini
UMD

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