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Alice in Chains: primeiro álbum da explosão grunge faz 25 anos

UOL Música

21/08/2015 19h03

Alice in Chains durante apresentação no primeiro dia do Hollywood Rock, em 1993

Com clássicos como "Man In The Box" e "We Die Young", o álbum de estréia do Alice In Chains, "Facelift", completou 25 anos nesta sexta-feira (21). Inovador, o trabalho fez história com a então inovadora mistura do peso do metal com a sujeira do rock alternativo.

Primeiro álbum do grunge a vender um milhão de cópias, "Facelift" é ao mesmo tempo um dos maiores clássicos do rock noventista e o exemplo perfeito de como o estilo não passou de uma invenção midiática.

Sim, havia um cenário em Seattle, nos Estados Unidos, no final dos anos 1980 e início da década seguinte. Algumas destas bandas tinham elementos em comum. Mas a unidade para por aí.

Ouça a playlist "Grunge"

Se as bandas da Sub Pop como Nirvana e Mudhoney eram em geral provenientes do punk, ou ao menos, como no caso do Soundgarden, fãs de rock setentista que haviam batalhado durante anos no cenário indie,o Alice In Chains era uma legítima banda de metal. Que no caso, vinha de Seattle e, após anos tentando a sorte no cenário heavy, soube incorporar a ambiência local às composições que acabariam fazendo parte de "Facelift". Sem, é claro, perder o espírito headbanger.

O fato é que nenhuma destas bandas se considerava parte de um mesmo movimento ou mesmo, sentia que houvesse uma identidade musical comum, além das guitarras pesadas e de algumas referências ao rock pesado dos anos 70.

Voltado para o punk, Kurt Cobain (esquerda) era o líder do Nirvana. Já Layne Staley (direita) representava o metal com o Alice in Chains

Clique aqui para ouvir "Facelift", do Alice in Chains

We Die Young, faixa que inaugura o trabalho, alia as guitarras tipicamente metaleiras ao ar nebuloso e gelado de Seattle. Referências às bandas de thrash, doom metal e hardcore transparescem no disco, em meio a tempos quebrados, quase psicodélicos.

Apesar do estilo sombrio e mórbido do grupo combinar com o clima da cidade, os integrantes ouviam de tudo quando formaram o Alice in Chains.

"A maioria das coisas que fazíamos quando começamos era inspirada pelo rock inglês clássico, mas também ouvíamos bandas americanas como Van Halen e Aerosmith. Uma grande influência foi o AC/DC. Mas também gostávamos de Iron Maiden, Judas Priest, Scorpions, Pink Floyd, Led Zeppellin…", contou Cantrell em entrevista ao UOL antes do show no Rock in Rio de 2013.

Jerry Cantrell, guitarrista do Alice in Chains, se apresenta no Rock in Rio 2013

Sinta o peso das guitarras na playlist "Heavy Metal"

Além do guitarrista, a bateria de Sean Kinney e o baixo de Mike Starr impulsionaram a banda a virar referência da década de 1990. Mas o ícone do quarteto era Layne Staley, o acanhado vocalista. Com potência e técnica, o frontman podia cantar de tudo, desde canções mais intensas, como o clássico comercial Man in the Box, Love, Hate, Love, mais cadenciada e depressiva.

A turnê que juntou o passado e o futuro

Mesmo sem querer, o Alice in Chains revitalizou o metal, ajudando-o a sobreviver quando o grunge parecia ter destruído o passado completamente. Enquanto antigos ícones do gênero capengavam, o grupo conseguiu renovar o estilo sem abandonar as origens.

O glam-metal de bandas como Skid Row e Poison dominava a cena roqueira norte-americana no fim da década de 1980, o que desagradava os headbangers mais puristas. Fãs de Judas Priest e Metallica passavam longe  de bandas cheias de plumas e paetês.

O antídoto  a tudo isso era o thrash metal, que misturava o metal tradicional à aspereza e velocidade do hardcore punk. Mas mesmo o thrash já havia visto dias melhores na virada da década de 90. Seu maior expoente, o Metallica, estava prestes a abandonar o gênero com o famigerado "álbum preto", que transformaria a banda num dos maiores fenômenos do rock.

Balance a cabeça ouvindo os clássicos do thrash, speed e crossover

Foi este o cenário que o Alice in Chains encontrou após o lançamento de "Facelift".

Em 1991, a banda participaria da turnê "Clash of the Titans" ao lado dos três maiores nomes do thrash (além do Metallica), Slayer, Megadeth e Anthrax. A diferença musical e de postura entre os veteranos e a banda de Seattle durante os shows acabou entrando para a história como símbolo do fim de uma era. Era o início do que viria a ser chamado para sempre de "metal alternativo.

O sucesso do Alice In Chains estava garantido. A banda ainda lançaria os álbuns "Dirt" (1992) e "Alice In Chains" (1995) com grande sucesso antes da morte trágica por overdose do vocalista Layne Staley em 2002. Mas esta já é outra história.

Rodolfo Vicentini
UOL Música Deezer

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