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Do trampo infeliz para a música, Edu Sereno usa poética urbana em 1° álbum

UOL Música

27/04/2016 17h46

O ano era 2010. O então publicitário Eduardo Talarico havia recebido a seguinte missão: elaborar projeto de show para que os convidados conseguissem ver o palco à dos seus iates. O espetáculo luxuoso tinha como estrela o cantor Seu Jorge.

Para bolar o plano do espetáculos sobre as águas, Eduardo precisou até estudar a mecânica dos iates para conhecer a forma de atracagem.

As noites consumidas no projeto elevaram o estresse e levaram o Edu a uma conclusão: estava na hora de largar a vida corporativa e se aventurar na carreira artística.

"Eu era publicitário, mas percebi que aquilo não era o que eu queria para minha vida. Quebrei a cabeça pensando no projeto do show para donos dos iates, mas acabou não rolando no fim. Neste período tive até apendicite. Esse foi o aviso para que eu partisse de vez para a música", relembra.

Já distante dos "jobs", "cases" e outros termos publictários, Edu se agarrou ao violão e às composições. Ele incorporou o Sereno no nome, uma referência ao apreço pela boemia.

Em 2015, o cantor paulistano lançou "O Pão Que O Diabo Ama Sou", álbum que navega pela MPB e que tem os centros urbanos como base de suas narrativas.

A canção "Viaduto do Chá", por exemplo, usa São Paulo como agente transmissor de angústias, cuja letra diz: "Quem sabe amanhã seja um bom dia para pular do parapeito e se fazer poesia/Ou quem sabe voar. Ou se estatelar, tanto faz/Mais uma história para contar do Viaduto do Chá".

"Viaduto do Chá fala sobre suicídio, mas um suicídio  da alma, saca? Quantos não entregaram sua vida para fazer coisas que não gostam? Qual o preço dessa renúncia?", questiona Sereno.

Cantor urbano, ele revisitou sua infância para resgatar as modas de viola que seu pai tanto ouvia e cantava. Dentro de um universo MPB e rock que compõe seus trabalhos, as canções de Edu têm o sertanejo em seu DNA.

"Eu vejo muito a minha música a estrutura poética e melódica da moda de viola. Os violeiros cantavam contando histórias. Eu acho que eu falo tendo a cidade como como o cenário principal, em vez de eu estar no rancho. Sou tipo o violeiro da cidade", define Edu, que tem como "professores" as duplas caipiras Cascatinha & Inhana e Tião Carreiro & Pardinho.

Sobre a escolha do nome "O Pão Que O Diabo Ama Sou", Edu recorre a questionamentos em vez de respostas. "À primeira vista, o título pode soar como um velho dito popular se você não estiver atento, e essa é a questão, os enigmas e dilemas não param por aí. Se atente".

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