Black Alien lança clipe com intérpretes de Libras e fala do hip-hop atual
Em "Homem de Família", Gustavo Black Alien quer ampliar o trabalho e atingir todos os públicos. Com a ajuda dos intépretes de Libras Fabiano Gold e Diego Martins, o cantor escolheu a faixa para receber um clipe especial.
"A ideia inicial seria para as pessoas que não conseguem ver, então pensei em fazer um livro em braile. Depois, pensei nas pessoas com problemas de audição. Aí lembrei de um caso nos Estados Unidos que um cara foi assassinado pela polícia, porque ele não ouviu os policiais chamarem e eles acabaram atirando nele", conta Alien.
"Fiquei extremamente tocado com essa história e questionando: por que não coloco um tradutor nos meus shows? E aí fui me aprofundando nesse assunto, aprendendo. Desde o dia 1º de abril deste ano consegui contratar o Fabiano, e fiquei muito feliz. Os deficientes auditivos estão indo aos meus shows", completa.
Exclusivo para o UOL Música Deezer, o clipe tem fundo preto e uma base giratória no meio, valorizando contornos e nuances para que o foco fosse as faces e os gestos tanto de Black Alien quanto dos profissionais convidados, caso do b boy Pelezinho e do deficiente auditivo Bruno Canuto Silva.
"O nosso maior desafio foi criar uma nova forma de trabalhar. Geralmente, quando a pessoa precisa dançar no clipe, a gente solta um playback para que ela dance ou faça uma coreografia no ritmo. Com Bruno, a estratégia tinha que ser outra e foi uma experiência incrível desenvolver essa nova dinâmica de edição e montagem", declara Lecuk Ishida, diretor do clipe ao lado de Diego Querzoli e Drico Mello.
Black alien ainda critica a falta de atenção da mídia e de população sobre o tema. "Teve o dia nacional e o internacional do deficiente auditivo. Dei uma olhada nas redes sociais e acho que tem pouca gente que liga para isso".
Um homem de família
"Homem de Família" foi composta por Black Alien e mostra a visão de um avô sobre a questão familiar. "Ela é uma projeção do que eu quero ser. Porque eu sou pai e ainda não sou avô. Eu não conheci meu avô materno e o outro faleceu quando eu tinha quase 2 anos, então sinto falta disso".
"Eu quero ser um homem de família que cuida de todos, que passe valores e que possa curtir meus netos. Estou com 44 anos e no momento que eu decidi me tratar do alcoolismo, me deu mais expectativa de vida. Acho que se continuar com o tratamento, eu posso morrer de velho e essa não era a expectativa de antes", valoriza o rapper.
Hip-Hop no Brasil
Ao falar sobre a força do hip-hop nacional, o cantor apresenta os pontos negativos e os positivos da cena. "Eu vejo muito coisa boa e ruim no hip-hop. Existem versos muito bons que tão fazendo barulhos e muito nego fazendo besteira e enchendo casas para 5 mil pessoas. Acho que o machismo, sexismo e racismo estão por fora. Esse discurso intolerante eu não concordo. Minha sobrinha de 16 quis ir a um show de um determinado grupo, e eu sentei e conversei com ela. Conversei e conversei."
"Eu acho o discurso muito pesado, fala muito palavrão, apologia às drogas e várias ideias tortas. E inclusive eu me dou bem com todo mundo, só tem um ou dois com quem não me dou bem. O resto eu me dou bem, inclusive com quem eu não concordo com o discurso. Mas eles têm um discurso que sabe que vende, se não tiver clipe com bunda, álcool, maconha e ouro ninguém vê", critica Alien.
Rodolfo Vicentini
UMD
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.