Plebe Rude abre para Gn'R e critica a cultura nacional "nivelada por baixo"
O punk rock nacional vai soar durante a passagem do Guns N' Roses no Brasil com a Plebe Rude, responsável pela abertura das apresentações em São Paulo (11 e 12 de novembro), Rio de Janeiro (15), Curitiba (17) e Brasília (20), pela turnê Not In This Lifetime. "A gente transita bem entre o mainstream e o alternativo", contou Philippe Seabra ao UOL.
Na última vinda da banda norte-americana ao Brasil, apenas com Axl Rose como integrante da formação original, a Plebe abriu o show de Brasília e tocou clássicos do punk e do rock nacional. O som agradou ao Gn'R, que convidou a banda a continuar no restante da turnê brasileira.
Com o retorno triunfal de Axl, Slash e Duff McKagan passando por solo brasileiro em 2016, novamente a banda da capital federal foi escolhida para abrir 5 shows na turnê deste ano.
Chegando aos 50 anos de idade, sendo 35 com a banda, que ainda conta com André X (baixo), Clemente Nascimento (guitarra e voz) e Marcelo Capucci (bateria), Philippe falou sobre a oportunidade de voltar a se apresentar antes de Axl e companhia, além de analisar o mercado musical "sem-vergonha".
Leia a seguir os principais tópicos da entrevista com o vocalista e guitarrista da Plebe Rude.
Repertório dos shows e convite do Guns
Não vai ser tão diferente do que estamos fazendo na nossa turnê pelo Brasil. Estamos comemorando 30 anos do "O Concreto Já Rachou" e também preparamos algumas músicas mais novas. Há 2 anos, abrimos em Brasília para o Guns e eles gostaram tanto que chamaram a gente para fazer São Paulo naquela ocasião também. E agora surgiu o convite novamente.
Tem uma coisa no rock de Brasília que é tão pura, não é nada comercial. É a postura, e foi isso que o pessoal do Guns gostou. O "Appetite for Destruction" foi gravado na mesma época que "O Concreto Já Rachou", tem uma coisa meio punk e suja no som do Guns, ainda mais com o Duff. De todos os artistas nacionais, eles escolheram a gente. É um atestado do rock de Brasília.
Reação do público
Foi muito boa a reação, a Plebe Rude transita bem entre o meio mainstream e o independente. Quarta a gente tocou no Rio para 600 pessoas e sexta vai ser para 40 mil.
Plebe nos últimos anos
Fizemos 35 anos e os últimos anos têm sido muito interessantes para a banda, foram 4 longa metragens do rock de Brasília e também alguns documentários. Recentemente, eu e o André [baixista da Plebe] recebemos o título de cidadão honorário, isso porque sempre criticamos o governo. O nosso DVD de 2011, "Rachando Concreto Ao Vivo", foi indicado ao Grammy. Tudo isso sem arredar o pé dos nossos princípios originais, esse é o legado que vou deixar para o meu filho.
Mercado musical atual
Nunca precisamos nivelar por baixo, porque a gente vê a alma brasileira tão pobre, é um pouco triste. Quando começamos a despontar, tocava Legião e Arnaldo Antunes na rádio. Fico triste como produtor ao ver a cultura sendo nivelada dessa maneira.
É simples. Recentemente, todo mundo é politizado no Facebook, porque é fácil ser assim de cueca no seu quarto. E os artistas que eu vejo hoje não contribuem em nada, é uma música pop sem-vergonha. Não há algo que impressiona nas letras. [Para o último álbum] Sempre perguntam se a gente se inspirou nas manifestações de agora. E é claro que não, a gente se baseia em 35 anos de política nacional, podemos canalizar a raiva através da música.
Rodolfo Vicentini
UMD
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