“O que posso fazer? Nasci branca, loira e canto soul. Não estou tentando imitar ninguém”
Oscar Fujiwara
Do UOL, em São Paulo
Influenciada pelo soul na maneira de cantar e pelos clássicos do rock na seleção do repertório, Nathalie Alvim há cerca de um ano trabalha na divulgação do seu disco de estreia "Rockin' Soul". Lançado em julho de 2012, o álbum conta com versões de nomes consagrados da música internacional como Beatles ("While My Guitar Gently Weeps"), Rolling Stones ("Saint of Me") e AC/DC ("Back in Black).
A semelhança, tanto física quanto estilística, com Joss Stone logo gerou comparações com a diva inglesa do soul moderno, mas a cantora evita qualquer tipo de ligação proposital. "O que posso fazer? Nasci branca, loira e canto soul. Não estou tentando imitar ninguém".
Em entrevista à Rádio UOL, a jovem de 21 anos também conta como foi sua breve participação na 1ª edição do "The Voice Brasil" e convida para shows no Campos Jazz Fest, no dia 13 de abril, em Campos do Jordão.
É muito difícil emplacar o soul nas rádios brasileiras e competir com estilos mais populares?
É um nicho menor, então fica complicado achar um espaço. Os festivais de blues, soul e jazz abrem espaço para esse tipo de música e estou procurando entrar mais nesse meio, que é onde acho que consigo trabalhar melhor. O disco em inglês restringe ainda mais o público, mas acredito no projeto e estou vendo uma resposta muito positiva.
Você chegou a abrir uma edição do "Programa do Jô", cantando "Try",da Janis Joplin. Na ocasião, se apresentou descalça e quem acompanhou a apresentação não pôde deixar de notar a semelhança com o estilo da Joss Stone. Você se incomoda com esse tipo de comparação?
A música dela é demais, é uma referência para mim. Acho muito engraçado isso – por ser loira, branca e cantar soul, não posso cantar descalça como a Maria Bethânia? Na verdade, eu nem ia cantar descalça naquele dia, mas tive um problema com o meu salto. Não ia deixar de cantar por causa disso. Não é sempre que canto descalça, só que me sinto muito mais confortável cantando assim. Todos falam que ficou igual à Joss Stone, pelo fato de cantar soul, ser branca e loira. Mas o que posso fazer? Nasci branca e loira. Não estou tentando imitar ninguém.
Por que decidiu fazer o disco de estreia só com versões?
Tinha essa ideia de projeto na cabeça desde que comecei a cantar, sempre ouvi muito rock. Ouvia desde pequena todas essas bandas que estão no disco. Amo soul – escutar e cantar. Acho demais o jeito que a Aretha Franklin canta. Como estava começando a compor, não tinha nada ainda finalizado, então decidi fazer assim. Achei que ficaria muito legal, além de estar acostumada a cantar versões nos meus shows.
Você se sente mais confortável cantando em inglês?
Fazer em inglês foi uma decisão natural, porque o soul brasileiro é mais complexo e diferente, por causa da sonoridade. Eu sinto um pouco mais de dificuldade principalmente para colocar o rock brasileiro no formato soul. Seria muito interessante e até penso em fazer isso mais pra frente. Mas em 1º lugar, achei mais bacana fazer só em inglês.
Você teve uma passagem rápida pelo "The Voice Brasil" (Globo). Participou da fase classificatória, mas não foi selecionada. Aparentemente, os jurados gostaram da sua apresentação. Por que acha que não foi escolhida para participar do programa?
É uma coisa muito louca o esquema do programa. São várias coisas que influenciam, até mesmo o humor da pessoa na hora. Imagina, eles ficam dias inteiros ouvindo milhares de pessoas cantando um trechinho de várias músicas. Não dá pra saber. Eu fiz a minha parte, cantei do meu jeito, coloquei a minha cara na música e fiquei satisfeita.
Você concordou com a opinião dos jurados de que você não estava cantando com emoção (Claudia Leitte) e com as críticas pelo fato de cantar em inglês (Lulu Santos)?
Cada um sente de um jeito, se para ela, aquilo não foi cantar com emoção, quem sou eu pra julgar? Cada um tem um gosto, enxerga de uma maneira o que é cantar com sentimento. Não posso falar nada a respeito disso porque escuto muita gente dizer que adora meu jeito de interpretar. Isso que é gosto pessoal. Mas estava ali para ser julgada.
Como vai ser o próximo disco?
Já estou compondo e fazendo algumas parcerias. Não sei ainda se vou misturar inglês e português, mas serão composições inéditas. Não sei se vai dar para gravar e lançar neste ano, mas estou trabalhando nele já. Comecei a escrever há pouco tempo, mas estou praticando bastante.
E como vai ser a apresentação no Campos Jazz Fest? Pode falar um pouco sobre o show ao lado do guitarrista Danny Vincent?
O Danny é um amigão, o conheci quando cantei no Bourbon Festival Paraty, quando fiz uma participação no show dele. Ele é incrível e acabou virando um amigo mesmo. Estou empolgada para tocar junto com ele. Além do disco, colocamos mais músicas no setlist. Não foge do projeto – são clássicos de rock transformados em soul: Led Zeppelin, Cream e Jimi Hendrix.
6 Comentários
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CONCORDO COM A CANTORA NA ESCOLHA E NA OPINIÃO QUANTO CANTAR O SOUL EM INGLÊS........FOI PERFEITA NA RESPOSTA. E o mercado não é saturado para quem tem talento.........ficaria orgulhosa em ve nossa soul cantada no mundo!!! O inglês é o idioma mundial para musica.
NATALIE ALVIM, BOA VOZ! JURAVA QUE ERA CANTORA AMERICANA, MAS BRASILEIRA .............. ......... AGORA ELA PRECISA FAZER MUSICA, POR QUE FAZER SUCESSO CANTANDO MUSICA ALHEIA NÃO DA. E QUANTO A FRASE QUE DISSE:“O que posso fazer? Nasci branca, loira e canto soul. Não estou tentando imitar ninguém” ........É MEIO EQUIVOCADO! ELA NÃO TEM TANTO VOIZÃO DE NEGRA AMERICANA ASSIM!!! TA MAIS NA LINHA DE MARIAH CAREY,..............AH! TEM MUITA INGLESIA DE VOIZÃO CANTANDO SOUL MUSIC, BLACK MUSIC................E SÃO BRANCAS DE VERDADE! ACHO QUE ELA NÃO TEM QUE FICAR SE ACHANDO A NEGONA DA BLACK MUSIC, TEM QUE RALAR E MELHORAR , COMPOR E LANÇAR CD AUTORAL, APROVEITAR O TALENTO E OPORTUNIDADE QUE TA TENDO.......O BRASIL TA PRECISANDO DE MUSICA DE QUALIDADE .........POIS A COISA TA FEIA!