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"É uma alegria ser respeitado pela música, não por quantos discos você vende", diz Zé Ricardo

UOL Música

04/09/2014 15h08

Crédito: Emerson Cursino e Camyla Terra

Crédito: Emerson Cursino e Camyla Terra

André Cáceres
Do UOL, em São Paulo

Prestes a lançar o novo disco "7 Vidas", gravado em Los Angeles, nos Estados Unidos, Zé Ricardo faz jus ao nome do álbum e vive uma vida múltipla. "Eu sou muito inquieto em relação à música, gosto de abrir as portas que a música pode abrir. Não tenho esse comodismo de ficar fazendo uma coisa só", disse ao UOL.

"Literalmente você vive mais de uma vida, você tem que estar trocando o chip toda hora pras coisas que está fazendo. Acho que isso é um sintoma do mundo moderno", ele filosofa. "Eu preciso explorar mais, compor mais, estar em contato com mais coisas que me deixem motivado e em movimento. Preciso estar em movimento na música", emenda.

O disco conta com músicos de estirpe altíssima como baixista Sean Hurley (que já tocou com John Mayer, Alicia Keys e Selena Gomez), o baterista Aaron Sterling (de Taylor Swift, John Mayer e Alejandro Sanz), o pianista Bill Brendle (Celine Dion, Whitney Houston e Black Eyed Peas), o violonista Dean Parks (B.B. King, Elton John e Stevie Wonder), o guitarrista Tim Pierce (Eric Clapton, Michael Jackson e Ozzy Osbourne), o percussionista Luis Conte (Phil Collins, Madonna e Roger Waters) e o oboísta Earl Dumler (Diana Ross, Elvis Costello e Frank Zappa).

Zé Ricardo se sente muito bem com esse timaço. "Tocar com caras que você sempre leu os nomes nos encartes, e agora ler no seu encarte o nome deles é muito gratificante. Ao mesmo tempo, como artista, é essa coisa da contribuição. Se sentir de igual pra igual, e não inferior", afirma.

Sobre a música brasileira, ele conta como os músicos observam. "Eles veem com muito respeito e curiosidade, porque é uma linguagem muito particular, apesar de estar tão difundida no mundo", conta. "Apesar de ter uma ligação muito grande com o jazz, a bossa nova marcou muito a música americana", acrescenta.

Desde 2007, Zé Ricardo faz parte da equipe que organiza o Rock In Rio. "Isso vem me tornando não só um artista melhor mas uma pessoa melhor também, porque tenho que exercer minha solidariedade e minha generosidade pra poder lidar com os egos, com as diferenças, divergências". Ele foi responsável pelo Palco Sunset, uma das ideias mais inovadoras do evento nos últimos tempos.

"Essa coisa de colocar artistas juntos não é só colocar talentos juntos, é colocar pessoas juntas. Você primeiro faz o encontro do ser humano pra fazer com que a música deles se encontre em algum lugar", conta. "Eu tento fazer com que os artistas saiam da zona de conforto. Tento fazer com que a gente não tenha ego. Temos que transcender a individualidade quando estamos dividindo o palco com alguém".

Para Zé Ricardo, a mistura é a grande inovação da música. "Por outro lado, as vezes a música vem sendo nivelada por baixo em letras, em arranjo e em qualidade de som", lamenta. "Temos sempre que tentar entregar o melhor, e não simplesmente aceitar uma coisa mercadológica", defende. "É uma alegria ser respeitado pela sua música, não pela quantidade de discos que você vende ou por quanto você toca na rádio", conclui.

No dia 11 de setembro, Zé Ricardo apresenta o novo disco na casa de shows Miranda, na Av. Borges de Medeiros, 1424, bloco 1/piso 2, no Rio de Janeiro. O cantor vem a São Paulo para apresentação em 2 de outubro na Av. Angélica, 2331, na Santa Cecília. Ele ainda tem shows em Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, ainda sem datas definidas.

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