Vocalista vira "Lady Gaga do metal" e levanta debate sobre sexismo na cena
Por Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo
Quem assistir a um show do In This Moment no "mudo" pode achar que se trata de mais uma banda pop, com uma bela vocalista loira, cenários, trocas de figurinos e até dançarinas compondo a performance. Basta aumentar o volume para o peso soar e aí se vê que aquela "Lady Gaga" é de outro gênero: o metal.
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A banda norte-americana liderada por Maria Brink tem feito barulho e levantado polêmica na cena do metal. Não só o perfil de sua vocalista, lembrando muito a estrela Lady Gaga, mas toques pop e de música eletrônica em seus shows e o fato de Brink se colocar firmemente contra o sexismo da cena chamaram a atenção. Para se ter uma ideia seus vídeos batem a marca de 2 milhões de visualizações e o Facebook já passa a marca de 800 mil curtidores de seu metal "moderninho".
A comparação de Brink com Lady Gaga é um dos fatores desta popularidade, com a vocalista tendo de responder em entrevistas sobre a semelhança entre elas, não só no visual, mas no tipo de som proposto e na mensagem de poder às mulheres.
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Uma das polêmicas que a metaleira se envolveu foi ao posar nua para a arte do single "Whore", mostrando o bumbum enquanto está sentada num banquinho. O nome da canção, "Prostituta", e sua letra foram escolhidos para desmistificar a palavra quando usada contra as mulheres.
"É sobre achar seu poder, amar e se libertar. Decidi posar nua para a capa do single para evocar essa vulnerabilidade emocional. A palavra prostituta nas minhas costas e o chapéu simbolizam que me coloco no lugar de quem está sofrendo e só posso esperar que outras mulheres se encorajem com esta mensagem e superem essa situação", disse Brink.
É claro que a mensagem foi menos divulgada que o fato de ela estar nua, e isso gerou críticas pesadas contra a cantora, acusada de vender o grupo com seu corpo e de não favorecer a luta contra a desigualdade entre os sexos.
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Maria Brink segue em sua jornada típica de "ame ou odeie" com o quinto disco do In This Moment. "Black Widow" – viúva negra, em português – foi lançado no meio de novembro e traz mais referências àquelas polêmicas com o sexismo, além de ter ido além na evolução do som da banda, cada vez mais sem amarras e flertando com o pop e o eletrônico. O resultado foi um oitavo lugar na lista da Billboard.
No palco, o In This Moment tem uma banda coesa e que também investe no visual – alguns usam bandanas no rosto -, mas Brink rouba a cena com sua atuação, os movimentos já pré-concebidos com suas dançarinas de apoio e com os vocais: dos limpos a gritos agressivos.
No visual, uma curiosidade é que a própria vocalista cuida das roupas, que tem diversas trocas durante o set. "Eu compro vestidos e os rasgo, queimo e bagunço. Depois, costuro tudo e fica com o jeito que eles estariam de verdade ao fim da turnê", brinca ela.
Conheça outras mulheres fortes do Metal na América do Norte:
Butcher Babies – Uma das bandas mais polêmicas – e talvez mais odiada pelas feministas mais radicais -, o grupo de metalcore/nu metal Butcher Babies tem duas vocalistas que costumavam se apresentar de topless e apenas com fitas adesivas nos mamilos. Heidi Shepherd e Carla Harvey – ambas ex-Playboy TV – se revezam nos vocais e são vendidas como líderes da banda "mais quente" do metal.
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Otep – O grupo leva o nome de sua vocalista, Otep Shamaya, e foi formado em Los Angeles, em 2000. Ligado à cena do nu metal, o Otep tem seis discos lançados e chegou ao top 50 da Billboard em 2009, com Smash The Control Machine. A líder da banda é defensora de várias causas: luta pelos animais, é vetegariana e fala abertamente sobre ser homossexual.
Huntress – A vocalista Jill Janus posou para a Playboy e foi DJ nua – sim, ela se apresentava sem roupas – antes de se destacar no Huntress, que faz um heavy metal mais tradicional. Janus é um claro destaque da banda, mais bem recebida pelo seu tipo de som mais "conservador", e fez sucesso com o disco "Spell Eater", muito bem avaliado pela crítica. Seu vocal, agressivo, é de muita qualidade.
Kittie – Banda canadense formada em 1996, o Kittie transita pelo nu metal, com influências do tradicional e até do death metal. O grupo é um quarteto liderado pela vocalista e guitarrista Morgan Lander, famosa pelos seus guturais. Por causa do som "moderninho", o Kitie sempre enfrentou bastante resistência da cena mais tradicional.
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