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John Fogerty, 70 anos: entenda o Creedence Clearwater Revival em 7 músicas

UOL Música

27/05/2015 19h53

Crédito: Kevin Winter/Getty Images/AFP

Crédito: Kevin Winter/Getty Images/AFP

O Creedence Clearwater Revival se manteve na ativa por apenas 5 anos, mas esse tempo foi suficiente para torná-lo uma das bandas mais importantes do rock. O grupo californiano levou as letras com consciência social para a vertente sulista do rock americano, mais acostumada às batidas country com mensagens menos profundas e politizadas, e resgatou as raízes do rock dos anos 50, servindo como contraponto de sonoridade crua à era dominada pelos hippies, som psicodélico e progressivo.

Poucas bandas têm uma influência tão abrangente. Trouxeram de volta o rock básico da década de 50, anteciparam o country rock e, com sua sonoridade crua e direta, influenciou até mesmo o punk e o rock alternativo americanos, sendo citada como grande referência por artistas seminais como Minutemen, o próprio Sonic Youth e os Circle Jerks. No aniversário de 70 anos do guitarrista e fundador John Fogerty, entenda a banda em 7 músicas!

"Bonita" 
Bem antes da formação do Creedence como o conhecemos, ele era um trio de música instrumental composto por John Fogerty, Stu Cook e Doug Clifford. O grupo passou a ser banda de apoio do irmão de John, Tom Fogerty, que já se apresentava como cantor solo no início dos anos 60. "Bonita" é uma gravação de Fogerty e os Blue Velvets de 1962 que precede bandas como Beatles, Rolling Stones, The Who, The Kinks e Yardbirds, mas já traz, além do ritmo agitado, um solo enorme que se tornaria característica do Creedence.

"Suzie Q"
Gravada originalmente por Dale Hawkins e primeiro grande hit da banda, "Suzie Q" sintetizava muito bem a sonoridade do primeiro álbum, que tinha outros dois singles covers. A faixa rompeu com o movimento psicodélico da época e voltou às raízes do rock dos anos 50, abusando do rockabilly e rhythm and blues, lançando uma tendência que outros artistas adotariam nos anos seguintes, resgatando um som básico.

creedence clearwater revival

"Proud Mary"
John Fogerty queria uma música com uma introdução que lembrasse a quinta sinfonia de Beethoven. Assim surgiu a famosa sucessão de dó e lá que abre "Proud Mary", single do segundo disco do Creedence que se tornou um standard da música pop internacional e foi regravada por Elvis Presley em 1970 e Ike e Tina Turner em 1971. Se o Creedence foi a maior banda do rock americano na época, "Proud Mary" foi responsável por levar o grupo ao olimpo do rock no final da década de 60.

"Born on the Bayou"
Apesar de o Creedence Clearwater Revival ser uma banda californiana vinda da baía de São Francisco, a capital mundial do movimento hippie, as referências deles estavam no sul dos Estados Unidos, e "Born on the Bayou" praticamente criou o gênero do swamp rock, ou rock do pântano. Quem ouve a faixa pensa que eles realmente nasceram nos pântanos da Louisiana, e isso ilustra muito bem o talento da banda, por ser de são Francisco mas, no entanto, soarem como legítimos caipiras sulistas. Um dos aspectos mais interessantes da banda, a aspereza da gravação e inventividade do arranjo, com um som básico e cru, está explícito nessa canção.

"Bad Moon Rising"
Mais uma vez, o grupo trouxe de volta a sonoridade do rockabilly e demonstrou a influência da música country em suas gravações. Apesar de o county rock já estar voltando com outros artistas na época, somente o Creedence resgatou o rockabilly no estilo característico da Sun Records dessa maneira numa época associada aos hippies, Woodstock e solos de guitarra lisérgicos. A faixa foi tão icônica que inspirou o título do álbum de 1985 do Sonic Youth e foi eternizada nos estádios de futebol argentinos com uma versão em espanhol intitulada "Decime Que Se Siente", cantada para ironizar derrotas de times rivais, em especial o Brasil.

Crédito: Getty Images

Crédito: Getty Images

"Fortunate Son"
Essa música mostra outro lado da banda. Além do rock 'n' roll furioso, "Fortunate Son" é um dos mais bem sucedidos protestos contra a guerra do Vietnã e o militarismo em geral. Na canção, Fogerty diz que não é filho de pai rico e, portanto, é ele que tem que morrer na guerra para defender a pátria. Não é por acaso que a música foi regravada pela banda punk californiana Circle Jerks. "Fortunate Son" se tornou um símbolo tão importante da oposição ao conflito do Vietnã que toca no game "Battlefield: Vietnam", em uma das primeiras sequências de ação.

"Have You Ever Seen The Rain"
Em uma lista de músicas do Creedence Clearwater Revival, não podemos deixar de for a "Have You Ever Seen The Rain". Imortal nas rádios de flashback, essa é provavelmente a canção deles mais amada pelo público brasileiro, e que também foi eternizada na voz de Rod Stewart. A faixa sintetiza, já no final do ciclo do Creedence, em uma roupagem mais pop, o som da banda, sendo um exemplo interessante da mistura de rock com ares rurais e caipiras, além de expoente do country rock que viria a ter tanto sucesso durante a década de 1970.

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A banda acabou brigada, sendo que John se desentendeu inclusive com o próprio irmão Tom Fogerty e os dois nunca fizeram as pazes, até a morte de Tom em 1990. A carreira solo de John foi cheia de percalços. Ele devia mais 8 álbuns para a gravadora, mas se recusou a trabalhar para o selo e enfrentou um impasse contratual que só foi resolvido quando a Asylum's Records adquiriu os direitos sobre seus contratos por 1 milhão de dólares. Em seus shows, ele não tocava as músicas do repertório do Creedence para não ter de pagar direitos a Saul Zaentz, executivo da Fantasy Records.

Saul chegou a acusá-lo de plágio por "The Old Man Down The Road", de sua carreira solo, que se parecia demais com "Run Through The Jungle", uma de suas próprias canções assinadas por ele no Creedence. Ele foi acusado de plágio contra ele mesmo. Ainda bem que não processaram AC/DC, Motörhead e Ramones por fazerem várias músicas parecidas demais.

Atualmente, os outros integrantes sobreviventes excursionam tocando os hits do grupo sob o nome de Creedence Clearwater Revisited enquanto John Fogerty faz a mesma coisa em sua carreira solo.

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12 Comentários

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americo genesio mott

acabo de ver um video chamado emotion, e é outra banda formada por tom forgety.

Mirão 55

O melhor do rock já produzido por uma excelente banda americana da década de 60

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