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Banda Pure fala de música e da cena independente no país; veja novo clipe

UOL Música

04/09/2015 19h18

Pure

Pure (esquerda para direita): Mauro Chevis, Icaro Scagliusi, Fernando Freire, Ricardo Shalom e Bela Fern

A banda Pure quer manter o rock n' roll vivo em São Paulo. Apesar do desafio, o grupo paulista lançou o primeiro álbum em agosto do ano passado. "Control" apresenta uma mistura entre diferentes vertentes do rock, passeando por três décadas do gênero.

Após a estreia do disco, o conjunto passou por mudanças em sua formação. O baixista Fernando Freire (Bandas Suecas) e o tecladista Mauro Chevis se juntaram à vocalista Bela Fern, ao guitarrista Ícaro Scagliusi e ao baterista Ricardo Shalom.

O quinteto é figura carimbada em diversos redutos da música independente em São Paulo e teve a oportunidade de tocar em Nova York, no mesmo palco em que The Strokes e Jeff Buckley já se apresentaram.

Exclusivo, o clipe ao vivo da música "Disco Boots" pode ser conferido abaixo. Além da novidade, os responsáveis pela voz e guitarra da banda falaram com o UOL Música Deezer sobre a carreira, a dificuldade em fazer rock no país e quais bandas os influenciaram.

Banda Pure toca ao vivo "Disco Boots"

UMD: Como vocês formaram a banda?

Isabela: A banda se formou há uns 3 anos no estúdio de um amigo. Estávamos com vontade de gravar músicas nossas e começamos com duas. Já tocávamos juntos e tínhamos muitos gostos em comum. Como o resultado agradou a todos, nos empolgamos e fizemos um disco inteiro. A partir daí a banda saiu pra tocar.

O Brasil sempre teve uma cara rockeira. O que vocês acham que falta no rock nacional?

Icaro: Acho que o Brasil tem o seu lado rockeiro porque é muito grande. Sempre vai aparecer pessoas como nós que gostam do estilo. Mas nunca vi a cena com tão poucas bandas de rock como a de hoje. Da até a sensação que existe algo rock 'n 'roll por aqui, mas como a moda e o dinheiro estão no funk e sertanejo, o incentivo que as bandas rock recebem é quase zero. Também tive uma constatação conversando com minha prima de 15 anos que adora rock e tem dificuldade em montar uma banda com o pessoal da escola ou do prédio porque simplesmente não tem gente que faça isso. Na minha época, só na minha classe, tinham três bandas, então a pratica desse tipo de música também está diminuindo. Hoje a molecada quer ser DJ, estou me sentindo como alguém no fim dos anos 50 que queria vender discos tocando clarinete.

Como vocês classificariam o som que fazem e quais foram as influências do grupo?

Icaro: É  100% rock. É que nossas influências passam por vários períodos e acaba ficando mais misturado. Creio que a banda passe por três tipos de rock: o primeiro é o clássico Beatles, Led, Stones, Who, Kinks, Bowie. Num segundo momento surge o lado mais dark do pos-punk da Siouxsie and the Banshees, Joy Division, Sisters of Mercy, Bauhaus e termina com as alternativas dos anos 90: Pixies, Smashing Pumpkins, Garbage e Blur.

Como surgiu a oportunidade de tocar no Arlene's Grocery, em Nova York

Isabela: Foi super simples. Estávamos já em Nova York tocando em outras casas com uma banda brasileira amiga e ficamos hospedados num Airbnb ali no Lower East Side mesmo, bem perto de lá. Um dia passamos na frente, conversamos com os caras da casa, que foram super simpáticos, mandamos na mesma hora o material e no dia seguinte marcamos uma data pra próxima semana. Foi mais fácil que no Brasil. 

Nesse período de um ano do lançamento do primeiro álbum, houve um amadurecimento da banda ou alguma mudança no som?

Icaro: Sim, no disco eu gravei alguns synths, mas tinha vontade de que tivesse mais programação. Quando tivemos que trocar o baterista e o baixista, aproveitamos pra colocar um tecladista. Agora a banda tem cinco integrantes e está soando como imaginamos. 

Como foram os bastidores da gravação e por que escolher a música "Suicide" para virar videoclipe?

Isabela: A Suicide acabou nos chamando atenção, pois nosso amigo Fernando Naporano (músico, critico e autor) gosta muito dela. E eu acho que a música tem um aspecto de esquisitice aliada à sensualidade que resulta numa mistura interessante. Os diretores sacaram isso e sugeriram a modelo nua, frágil, exposta, em contraponto com o vidro quebrado, a imagem distorcida no espelho, que ilustra bem o clima de dúvida e angustia que permeia a letra. Agora o som que estamos apostando nesse ao vivo é a Disco Boots. Ela tem bastante resposta nos shows.

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