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Elefante Branco retoma o rock anos 80 e critica as músicas descartáveis

UOL Música

01/03/2016 18h02

Elefante Branco 3

Banda Elefante Branco: Guilherme Borges (guitarra) , Heloise Amorim (teclado), Fabio Rabello (Vocal e piano), Carlos Zanelato (bateria), Felipe Bedani (baixo) (foto/Divulgação)

A banda ainda não fez um ano. A primeira reunião da atual formação do Elefante Branco aconteceu em março do ano passado. Mas a sintonia do quinteto é forte. Principalmente para Fabio Rabello (vocal e piano), que acaba roubando a cena.

Experiente no meio musical, o cantor formou o grupo já com algumas músicas prontas. "Eu já tinha um trabalho mais autoral para rearranjar com a banda e fazer coisas novas. Já estava tudo meio pronto, e todos foram se adaptando.", conta Fabio, que ficou conhecido por participar do seriado infantil "Julie E Os Fantasmas".

Para o baterista Carlos Zanelato, a gravação do álbum foi a forma de união. "O processo foi legal, porque enquanto a gente tava gravando , o Guilherme estava pegando a parte da guitarra, outros faziam um som. A Santa do Pau Oco foi assim, fomos construindo juntos para entrar no estúdio depois. Muita coisa da nossa sintonia vem da gravação e do estúdio."

O som do Elefante Branco baseia-se no rock nacional da década de 1980, e as letras críticas refletem a sociedade de agora. "Eu sempre tive uma alma muito artística do contemporâneo, e, como artista, eu me sinto mal se não falar de protesto, por exemplo. Algumas músicas, mesmo tendo quase 10 anos, ainda são atuais. Mas de amor tem muito mais, dor de corno, essa coisa que todos fazem", admite Fabio.

O som da banda não é produzido e nem pode ser rotulado. Cada um colocou o estilo próprio e o resultado dessa mistura é o álbum "Chega", lançado em dezembro de 2015. Destaque na internet, a faixa Insuportável Mundo Novo expõe a fragilidade com a qual as músicas são feitas. Veja abaixo o clipe:

Para Fabio, o lado descartável da música está muito marcante hoje. "É uma coisa globalizada, do que lança hoje, daqui a um mês acabou, sabe? Nada mais tem uma solidez, que Legião Urbana tinha, que Cazuza tinha, entendeu? E eu sempre preservei muito mais isso do que formar uma boy band, por exemplo, com vários amigos e escrever um monte de música babaca e fazer sucesso. Eu respeito, mas não é meu tipo de trabalho".

"E isso é um espelho da sociedade e da educação musical que o país vai tomando, porém, eu acredito que o Brasil tenha uma diversidade cultural muito grande. Mesmo que estoure Restart, Cine, a menininha que cresceu ouvindo essas bandas não quer mais saber disso.", completa.

Felipe Bedani no baixo, Guilherme Borges na guitarra e Heloise Amorim no teclado são as outras peças do time Elefante Branco. O nome curioso da banda vem justamente da ideia de que é possível fazer sucesso com algo mais construtivo. "Eu já tive muita reunião com empresários que sempre falaram que eu era talentoso, mas que nunca daria certo, justamente pelo meu lado erudito. Já falaram para mim que eu deveria fazer coisa mais burra. Tem que ser refrãozinho de duas, três palavras. E não é assim", relembra Fabio. "Um dia um amigo falou assim para mim: 'Fabio, você é igual a um elefante branco. Todo mundo acha maravilhoso, mas ninguém quer ter"', conclui.

E é fugindo da obviedade que a banda busca manter seu nome na cena. Com o segundo clipe em processo de finalização, o Elefante Branco quer resgatar a música que talvez vire clássico no futuro.

Rodolfo Vicentini
UMD

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2 Comentários

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Pedro Menezes

Boa!! Gostaria de saber do pessoal da UMD se existe alguma via de contato para divulgação. Procurei por emails mas não encontrei. Valeu!

pjivng81646g

Muito legal a pegada destes garotos, espero que reisitam a tentação da mesmice

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