"O novo álbum traz um lado mais bem-humorado", diz baterista Marcelo Bonfá

(Divulgação)

O baterista da Legião Urbana, Marcelo Bonfá, lançou na sexta-feira (2) o álbum "Música de Alambique", um projeto descontraído que "resgata um lado mais bem-humorado", afirma o músico ao UOL.

Lembrando clássicos da cultura interiorana, Marcelo interpreta de Inezita Barroso a Itamar Assumpção, mas também não deixa o folk atual de lado, como na canção "Cachaça", da banda Vanguart.

O destaque do álbum, e a única faixa inédita, é a parceria com Seu Jorge em "Vem Dar Um Dó", uma canção com um toque blueseiro que intercala a voz do baterista com o ícone da música popular brasileira.

"Seu Jorge e eu somos amigos há muito tempo. Falei com ele desse projeto e ele veio em casa com a ideia já", conta Marcelo. Com a ajuda do filho João Pedro, que faz um belo trabalho nas guitarras do trabalho, todas as faixas foram gravadas no estúdio da própria casa, na região da Serra da Mantiqueira (MG).

O show de lançamento do álbum aconteceu no final do mês passado, no Rio de Janeiro, onde os participantes do financiamento coletivo tiveram o privilégio de ver a apresentação exclusiva. A intenção é levar o projeto para a estrada com cenário especial de Luiz Stein e luz de Alessandro Borchini.

""Música de Alambique' faz um ponte de algo essencial da minha vida, que é o interior", analisa. Marcelo descobriu no interior uma forma de se fortalecer tanto no âmbito pessoal quanto no musical. "O álbum me abriu os horizontes e passei a conhecer novos artistas […] Foi muita coisa de pesquisa, eu comecei na sonoridade do universo caipira, e como o tema era cachaça, eu resgatei com bom-humor", completa.

A adoração pela cachaça virou negócio. A cachaça Perfeição foi desenvolvida há mais de 10 anos e foi Marcelo quem planejou a concepção do produto, a partir de canas orgânicas e exclusivas, adaptadas ao clima frio da Serra da Mantiqueira.

Entre a cidade e o interior, Marcelo ainda continua a turnê em comemoração aos 30 da Legião Urbana. "Foi uma surpresa muito bacana começar o projeto da turnê. A gente não sabia como ia ser, mas chegamos com uma banda legal e uma produção bacana, que já tinha trabalhado na nossa época. E o resultado foi incrível. A gente nunca tocou tanto na vida".

O músico ainda dialoga sobre o tempo, o que mudou da década de 1980 até o momento. "Os shows foram diferentes, o mundo mudou muito, com muitos jovens no público, foi emocionante. Cada apresentação tem muita energia, é uma coisa muito importante trocar isso com o público", afirma.

"Valorizar e se conhecer melhor, o tempo é uma coisa muito louca. Depois de 50 anos nesse planeta você vê o tempo mudar. Eu acho que você muda muito de foco, muita coisa nova acontece. Você vê isso acontecendo num plano maior. A Legião é um plano do Brasil inteiro, a importância da música da Legião e participar disso tudo, num momento politico e ciclo que abrange ligações inusitadas, tipo o que aconteceu nos anos 80. Não adianta querer entender, tem que estar alerta sobre isso", conclui.